Este fim de
semana foi repleto de ações
comemorativas em homenagem à escritora Clarice Lispector, que se estivesse viva completaria 91 anos. Portanto,
decidi devanear sobre o livro que mais gosto em sua obra: Perto do Coração Selvagem.

“Sim, ela sentia dentro de si um
animal perfeito. Repugnava-lhe deixar um dia este animal solto. Por medo talvez
de uma falta de estética. Ou receio de alguma revelação...”
Bem,
a personagem não se permitia manifestar essa força devido ao medo de
transparecer seus sentimentos ou apenas por não querer ir de encontro com suas
convenções sociais.
E assim, dentre os vários passeios que
Joana faz em busca de si mesma, ela descobre-se aprisionada em seus próprios
pensamentos e não consegue vivenciar o amor em sua totalidade.
Enfim, este livro me atrai porque aborda o drama da existência humana, no qual
vivemos numa permanente tensão entre a iminência e a frustração de uma
realização. Afinal, não sabemos convergir razão e emoção, pois se
soubéssemos... não viveríamos “perto”, mas sim “no” coração
selvagem da vida.